Mas o que é, de fato, um "Natal de verdade"? O título
deste artigo nos remete a campanhas natalinas que buscam arrecadar brinquedos
para crianças carentes. Apesar das boas intenções e das particularidades desses programas, essa frase nos diz muito sobre o que temos feito com uma comemoração de origem religiosa. Passamos a crer que um Natal só é de verdade, quando
envolve o ganho de presentes.
Estamos
vivendo a época do Advento! A aproximação do Natal carrega consigo inúmeros
simbolismos, os quais cabem aos pais, transmitir a seus filhos de acordo com
seu real significado ou baseando-se no pseudo-significado que o materialismo
exacerbado fomenta ano após ano, sobrepondo a riqueza material à riqueza
espiritual.
É uma pena
que essa época tão mágica, repleta de imagens e inspirações, acabe sendo
invadida por aspectos contrários a tais princípios. O momento introspectivo é devorado
pelo consumismo e pela extroversão muitas vezes forçada. Não é à toa que algumas pessoas sentem-se “sugadas” durante e após esse período. Ao mesmo tempo que,
subjetivamente, sentimos uma necessidade de recolhimento e reverência, a
sociedade nos impulsiona a olhar para fora, e isso gera ansiedade.
Cidade
maquiada, luzes piscando, pinheiros ornamentados, um papai noel em cada
esquina, decorações glamourosas, ofertas “imbatíveis”... E raríssimas
lembranças ao verdadeiro dono dessa festa: Jesus. Não fosse por Ele, nada disso
existiria. Muitos dizem “Adoro o
Natal porque traz um clima de harmonia”. Poucos se questionam de onde vem essa
harmonia. Ou de quem...
Mas e as
crianças, onde se situam nessa maré de informações contraditórias? As crianças
merecem atenção mais do que especial. Elas estão tão próximas do mundo
espiritual, que cabe aqui praticamente um pedido de joelhos aos pais, para que não as desviem
desse profundo contato que possuem, inconscientemente, com tais vivências. O
que para nós, adultos, pode ser visto como uma mera possibilidade, é para elas,
a mais pura realidade. Por serem recém-chegadas ao mundo terreno, toda criança permanece
e sente-se protegida pelos seres superiores. Udo de Haes, com sua linguagem
extremamente delicada, compartilha desse conhecimento quando diz: “Para a
criança pequena, que está muito mais próxima do que nós desse passado
espiritual, essa convivência anterior com os anjos não é, em absoluto, uma
hipótese ou simples imaginação. É exatamente o contrário disso... É sentido
como a base real da própria existência”.
Por isso, neste
momento, cabe a nós, pais e profissionais da saúde, apenas acompanhar a criança
no seu caminhar inocente, porém transbordante de sabedoria. Max Heindel já
dizia: “Se prestássemos atenção à tagarelice das crianças, muitas vezes
poderíamos descobrir e recompor diversas histórias”. Os filhos chegam até nós,
muitas vezes para que nós aprendamos com eles, e não o contrário. Devemos,
claro, oferecer-lhes o melhor suporte físico e emocional possível, devemos ser
a ponte que os conduz à vida adulta. Uma ponte capenga vai criar um filho
inseguro e com medo de cair. Uma ponte firme concederá a sustentação adequada
para que ele se sinta seguro e capaz de seguir adiante com suas próprias
pernas.
Seria
condizente, portanto, que durante o Advento, os pais conduzissem seus filhos pelas
portas mágicas que o momento proporciona. Evitando dar ênfase à costumeira
pergunta: “O que você vai ganhar do papai noel?” e talvez lendo para eles
histórias bíblicas ou contos referentes à época (quem sabe um conto sobre São Nicolau – que é
a verdadeira origem do papai noel?), ou montando juntos o presépio, ou ainda
simplesmente ao enfeitar o pinheiro de Natal, contar-lhes o porquê ser esta a
árvore escolhida... Enfim, propiciar um ambiente que os mantenham em contato
com a energia natalina de uma forma sutil, verdadeira e não invasiva. Que possa
deixar cada criança onde ela está, que é junto de si mesma; ao invés de confrontá-la com o
universo do consumo, tão nocivo e precoce para sua alma.
Encerrarei minhas palavras, não muito satisfeita, pois é um tema vasto que exigiria mais
informações – mas deixaria o texto muito longo. Porém, feliz e esperançosa de que
uma semente tenha sido plantada no coração de cada um de vocês.
“Se a alma
vai passar pela vida rica em forças ocultas ou em pobreza interior, depende em
grande parte do fato de lhe terem sido oferecidos, na idade infantil, na fase
de criança pequena, tanto a possibilidade quanto o sossego para encontrar nas
imagens da Terra que dela se aproximam, a expressão da riqueza espiritual que
trouxe consigo e, desse modo, assimilá-las”. Udo de Haes
Mari, obrigada pela sua palavra atenta e cheia de amor. Gratidão imensa ter te conhecido.. Depois, se possível, é claro, gostaria de indicações p leituras de fundo natalino. Energias positivas sempre. Adriana.
ResponderExcluirLindo, verdadeiro e puro, Maria Ines!
ResponderExcluirBeijo
Priscila
Há alguns anos comecei a montar o presépio com a Bibi e é visível como o natal mudou "de cara". A criança sente mesmo.
ResponderExcluirbjokas
Soraia
Maria!
ResponderExcluirViva o presépio!
Viva a luz!
Viva a mãe!
Nasce o amor!
Menino Jesus!
Nasce o amor
Amortece a dor
Escolhe ser luz
Adormece na cruz!
Senhor rubro ancião gorducho!
Por favor neste natal tenha piedade!
Abra espaço para a verdade!
Texto maravilhoso!!!!!!!
ResponderExcluirBeijos querida. Suzy